Só muita ingenuidade para acreditar que os vazamentos de óleo em plataformas operadas pela americana CHEVRON sejam obra do acaso. O governo brasileiro está obrigado a investigar de forma profunda como se processam as medidas de segurança e quais são os investimentos efetivos que a petrolífera faz, para trabalhar com o menor risco possível de que ocorram acidentes, e, acontecendo, quais os recursos que ela possui para estancar e corrigi-los.
A mancha de óleo que começou a aparecer na última quinta-feira só faz crescer, e, exatamente como ocorreu no vazamento do Golfo do México, a empresa minimiza o fato e apresenta informações que vão se mostrando incorretas.
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A petrolífera Chevron Brasil Upstrem ainda não conseguiu controlar o vazamento de petróleo em um poço operado pela empresa na Bacia de Campos. O poço está situado no Campo de Frade, a 370 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 1,2 mil metros. A Chevron já iniciou os procedimentos para fechar e abandonar o poço.
De acordo com nota divulgada hoje (14/11) pela companhia petrolífera, a mancha de óleo está a 120 quilômetros da costa do município fluminense de Campos e se desloca para alto-mar. Dezoito barcos da companhia e de outras empresas que operam na região estão no local do vazamento, auxiliando no trabalho de contenção, recolhimento e dispersão do óleo, considerado pesado.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgou nota no início da noite informando que aprovou o plano de abandono do poço apresentado pela Chevron. O plano prevê, na primeira etapa, o uso de lama pesada para “matar” o poço. Depois, o poço será cimentado para fechar o vazamento de forma definitiva.
A provável origem do vazamento é um poço de avaliação, fechado na última quarta-feira (9), de forma preventiva. A Chevron calcula que estão vazando para o Oceano Atlântico de 400 a 650 barris por dia. Mas para a ANP, o vazamento é menor, entre 200 e 330 barris diários. A mancha de óleo tem 163 quilômetros quadrados de área, aproximadamente metade da área da Baía de Guanabara.
Edição: Vinicius Doria